Change2gether

Moda Sustentável: Estilo em tempos de gás carbônico

Em ano da 30ª edição da Conferência das Partes, a Cop 30, que acontece em Belém do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro, só se fala em Co2, emissões de carbono, carbono neutro, carbono positivo, pegada de carbono, compensação de carbono. Mas você sabe o que esses termos significam? 

Na Cop30 quase 200 países, além de empresas, cientistas e organizações da sociedade civil, vão definir metas e compromissos globais sobre, principalmente, a redução de emissões de gás carbônico, nosso maior inimigo. Quando falamos em manter o planeta um lugar gostosinho para morar, a conversa sempre gira ao redor do  CO2, o principal vilão nosso e da natureza. Em 2018, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas concluiu que para segurar o aquecimento global a 1.5°C, precisamos reduzir pela metade as emissões de CO2 até 2030. E todos nós precisamos fazer nossa parte:  O Shop2gether, por exemplo, é carbono negativo, e em parceria com o Projeto Cikel REDD+ da Carbonext,  já neutralizou +154 toneladas de CO2! 

O e-shop conta também com uma curadoria especial, a Change2gether, com uma curadoria de marcas que te ajudam a ter um guarda-roupa mais sustentável. Entre elas estão Osklen, Aluf, Veja, Pacco, Mercer, Fjällräven, e outras que eu amo, tanto pelas peças lindas quanto pelo compromisso com o planeta, nossa casa comum.

Para começar: afinal, o que é e por que o gás carbônico é tão nocivo?

O carbono, um elemento químico presente no corpo e em tudo à nossa volta, é essencial à vida. Só virou o grande problema da atualidade, quando em sua forma gasosa se acumula em excesso na atmosfera. 

E como acumula! Segundo o cientista  Bill McKibben, fundador da 350.org, o nível médio de partes por milhão (ppm) de CO2 na atmosfera era, em outubro de 2023, de 422,17 ppm. Isto é, já passamos e muito dos aceitáveis 350 ppm, quantidade segura para evitar o colapso climático, e isso é bem  sério. 

O CO2 é uma molécula formada por duas partículas de oxigênio e uma de carbono. É o mais abundante gás de efeito estufa - os outros são o metano e o óxido nitroso, também violentos mas menos presentes.  O “efeito estufa” é uma ”capa” que se formou sobre a Terra e que cada dia fica mais espessa. Essa “capa” esquenta o planeta. E provoca o aquecimento global.

E como evitar que essa “capa” continue a engrossar? Reduzindo as atividades humanas que mais poluem e liberam CO2. A principal delas é a queima de combustíveis fósseis - carvão, petróleo e gás natural - usados para gerar energia, mover carros e aviões, e produzir plásticos, embalagens e nossa principal pauta aqui - as roupas! 

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Ao abrir  o closet pela manhã, lembre-se disso:

Ninguém salva o planeta sozinho, mas ao adotar novas atitudes, demonstramos ser educados e chiques. Em relação ao nosso vestuário: devemos prolongar a vida útil das roupas, aprender a cuidar delas, evitar comprar itens descartáveis e, quando não quiser mais, nunca a jogue no lixo: encaminhe para uma loja second hand ou procure por postos de reciclagem.

Priorizar fibras naturais como algodão, linho e cânhamo, é sempre o melhor caminho - melhor ainda em suas versões orgânicas e bioecológicas. A segunda opção menos impactante são fibras artificiais como uma boa viscose, o modal e o lyocell.

Em caso de casacos de chuva ou quebra vento é aceitável o nylon - de preferência o reciclado. Mas em underwear e camisetas, não há porque usar fibras sintéticas, escolha as mais responsáveis como o modal, do qual é feito os pijamas da Intimissimi e outras peças da seleção do Shop2gether, com minhas escolhas aqui:

As camisetas de algodão orgânico da Tommy Hilfiger e da Lacoste, além do algodão pima da marca assinada do Shop2gether, ‘2Essential, são ótimas opções para apostar em versatilidade e conforto nos básicos.  Já em acessórios, as bolsas artesanais, feitas  para durar uma vida e  produzidas por mulheres de cooperativas da Catarina Mina, são chiquérrimas em todos os sentidos! Os tênis da Veja com baixo impacto, assim como os da Mercer, marca holandesa da curadoria global do Shop2gether que produz modelos de sneakers sustentáveis com materiais alternativos, são modernos e  indispensáveis!

Ainda sobre moda sustentável, o design também pode caminhar junto com a responsabilidade socioambiental: invista no fazer autêntico brasileiro, através de criativos empenhados em criações que andam de mãos dadas com matéria-prima brasileira, como a Aluf ou projetos sociais, como o Ponto Firme, do estilista Gustavo Silvestre, que capacita pessoas do sistema carcerário, através do crochê e sua técnica única de tramas manuais com paetês reciclados. Estas são apenas algumas das escolhas fáceis de fazer, e que demonstram sintonia com a moda e com as necessidades da humanidade no momento.

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Crédito: Misci

Na moda, o que posso fazer agora? 

Dicas básicas para todos: estilistas, empresários, consumidores.

Escolha bem os tecidos: algodão orgânico, algodão e poliéster reciclados, lyocell, cânhamo ou outras fibras de base biológica, como o linho. Ou novas matérias-primas sem plástico ou roupas de couro animal.

Evite fibras mistas: tecidos compostos por diferentes tipos de fibras são mais difíceis de reciclar. Sempre que possível, prefira composições 100% de um único material.

Opte pela durabilidade e circularidade: escolha desenhar/produzir/comprar peças que durem mais tempo, podem ser revendidas no futuro e são facilmente recicladas reparadas ou substituídas, aumentando, assim, a vida útil do produto;

Gaste menos: apoie métodos que reduzam o uso de água e de resíduos químicos, tanto ao produzir quanto ao lavar roupas em casa. A internet está cheia de dicas. Eu, por exemplo, evito colocar a máquina de lavar com água quente e sempre prefiro o ciclo curto com um mínimo de tempo para o molho. Ficam brancas e perfeitas e duram mais tempo como novas;

Energia: economize, passe menos roupa. Nem tudo precisa de ferro de passar. Pendure as peças bem esticadinhas para secar. Outra dica é deixar a peça, já seca, pendurada em cabide e usar o mormaço no banho. Faço isso não apenas em viagens. Para marcas e estilistas, investigue, escolha fornecedores que utilizam fontes de energia limpa em seus processos;

E antes de falar tchau…

Lembre-se que conhecimento é nosso melhor acessório. Espero que este texto tenha te ajudado a entender uma parte da revolução climática que estamos vivendo. Beijos!